- O potencial do Bitcoin para servir como alternativa ao dólar americano está ganhando força, com o economista Jeremy Siegel afirmando que os países podem acabar abandonando o dólar americano pelo Bitcoin.
- As mensagens contraditórias de Trump sobre seu apoio ao Bitcoin e a oposição simultânea às iniciativas do BRICS ilustram um cenário complexo.
Há mais de uma década, a aliança BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vem defendendo a “desdolarização” para diminuir a dependência do dólar americano no comércio internacional e nas transações financeiras. Apesar de enfrentar obstáculos ao longo do caminho e não conseguir diminuir o domínio da moeda ocidental, Jeremy Siegel, economista da Wisdom Tree, uma empresa de serviços financeiros, defende a analogia de que a desdolarização é inevitável.
Como relatado por Benzinga, a posição de Siegel ressalta a crescente importância do Bitcoin no sistema financeiro global. Siegel comentou sobre o endosso contínuo do ex-presidente Donald Trump ao Bitcoin (BTC), destacando seu potencial para minar o domínio do dólar americano de forma mais significativa do que o ouro ou as moedas das nações do BRICS.
As observações de Siegel vão além das tensões imediatas entre os países do BRICS. Trump comemorou publicamente o Bitcoin, o que levantou sobrancelhas, dada sua posição crítica em relação aos esforços dos BRICS para criar uma nova moeda de reserva. “É curioso que Trump ameace tarifas de 100% sobre as nações do BRICS e, ao mesmo tempo, endosse o aumento do preço do Bitcoin”, comentou Siegel, reforçando a ideia de que o Bitcoin é visto como uma moeda global em potencial semelhante ao que o BRICS está buscando.
Além disso, Siegel argumenta que o Bitcoin representa uma ameaça mais substancial ao dólar americano como moeda de reserva do que qualquer iniciativa proveniente de economias de mercado emergentes. A visão positiva de Trump sobre a criptomoeda poderia impulsionar sua adoção em uma escala mais ampla, levando outros países a se afastarem das reservas tradicionais em dólar.
Aumento da dominância do Bitcoin
Como relatamos várias vezes, o governo russo está adotando uma estratégia abrangente que aproveita as criptomoedas como ferramentas essenciais para contornar as sanções impostas pelas nações ocidentais. Com a China continuando a impor regulamentações rigorosas sobre as criptomoedas, a Rússia vê oportunidades significativas de crescimento; atualmente, há cerca de 17 milhões de usuários de criptomoedas na Rússia.
Além disso, o recente aumento do Bitcoin para US$ 100.000 no início deste ano chamou a atenção de grandes investidores institucionais, levando empresas como a BlackRock a aumentar significativamente suas participações. A MicroStrategy solidificou ainda mais seu compromisso com o Bitcoin, comprando mais 21.550 BTC por US$ 2,1 bilhões, com um preço médio de cerca de US$ 98.783 por moeda.
Em meio a essa adoção crescente, o presidente eleito Donald Trump expressou sentimentos mistos. Em um comício em Wisconsin, ele advertiu que os países que se afastassem do dólar poderiam enfrentar graves consequências, incluindo a imposição de uma tarifa de 100% sobre seus produtos pelos EUA. Apesar dessas advertências, ele demonstrou apoio ao estabelecimento de uma reserva de Bitcoin nos EUA, sinalizando um alinhamento inesperado com a adoção de criptomoedas observada nos países do BRICS. Com a recente vitória de Trump nas eleições de 2024, podem surgir desafios significativos para os BRICS.
A partir de agora, o BTC está sendo negociado a US$ 98.024, refletindo um aumento de 0,80% no último dia e um aumento de 2,07% na última semana. Isso demonstra a volatilidade inerente a esse mercado em rápida evolução.