- O processo de Amrita Srivastava contra a Binance alega suborno e demissão sem justa causa; alega que sua demissão ocorreu após sua denúncia de má conduta de funcionários.
- A Binance nega as alegações, afirmando problemas de desempenho; o tribunal do Reino Unido pode conceder uma indenização ilimitada, aumentando os riscos financeiros substanciais para a empresa.
Amrita Srivastava, ex-executiva sênior da Binance, provocou uma tempestade jurídica ao contestar sua demissão por meio de uma ação inovadora no tribunal trabalhista do Reino Unido. Suas alegações penetram profundamente nas camadas sensíveis da integridade organizacional, revelando verdades incômodas sobre a conduta no local de trabalho e o tratamento de denunciantes em uma das bolsas de valores mais proeminentes da criptomoeda.
A jornada profissional de Srivastava com a Binance começou em abril de 2022, após uma carreira de sucesso na MasterCard. Sua função na Binance Link – uma plataforma que conecta corretores e clientes – a posicionou em uma interseção crítica de relações com clientes e conformidade corporativa. No entanto, seu mandato logo se tornaria um testemunho de coragem profissional e tomada de posição ética.
Durante seu tempo na empresa, Srivastava se deparou com um cenário que desafiaria seus princípios profissionais e, por fim, reformularia a trajetória de sua carreira. Ela descobriu que um funcionário estava supostamente solicitando dinheiro de um cliente em troca de uma integração rápida da plataforma, uma revelação que colocaria em movimento uma cadeia de eventos consequentes.
Srivastava expõe a fraude e enfrenta a demissão
Srivastava reagiu com veemência ao descobrir a possível má conduta. Ela enfatizou sua recusa em ignorar o fato de um membro da equipe ter fraudado um cliente enquanto permanecia na equipe. Em sua opinião, certas ações são simplesmente certas ou erradas.
“Eu não estava preparada para ignorar o fato de alguém ter fraudado um cliente e ainda assim fazer parte da equipe – algumas coisas são certas e erradas, e pedir suborno e fraudar um cliente não era uma área cinzenta – era definitivamente errado”, disse Srivastava em um depoimento de testemunha.
Em abril de 2023, ela relatou o incidente à gerência da Binance, acreditando em uma comunicação corporativa transparente e ética. No entanto, sua denúncia teria um custo pessoal significativo. Apenas um mês depois, Srivastava foi demitida de seu cargo, supostamente sob o pretexto de “baixo desempenho”.
A comunidade de criptomoedas e os observadores jurídicos tomaram nota desses acontecimentos. Mario Nawfal, comentando sobre a situação, capturou sucintamente a essência das alegações de Srivastava: ela foi demitida por se recusar a permanecer em silêncio sobre um esquema de suborno disfarçado sob o verniz de “consultoria”.
A Binance nega as alegações e defende a demissão
A resposta da Binance a essas alegações foi categórica e defensiva. A equipe jurídica da empresa negou firmemente as alegações de Srivastava, afirmando que sua demissão foi baseada apenas em métricas de desempenho. Eles enfatizaram sua cultura organizacional de manter altos padrões e abordar sistematicamente o baixo desempenho.
Os processos judiciais da empresa revelaram um contraponto interessante, observando que o incidente de suborno relatado por Srivastava já estava sendo investigado internamente no momento de sua demissão. Esse detalhe acrescenta uma camada de complexidade à narrativa que se desenrola, sugerindo uma possível dinâmica interna que vai além da simples avaliação de desempenho.
Srivastava descreveu seu ambiente de trabalho como fundamentalmente caótico, caracterizado pela imensa pressão para fechar negócios rapidamente. Seu entusiasmo inicial em lidar com os desafios de conformidade da empresa gradualmente deu lugar a uma percepção clara das práticas organizacionais que pareciam desalinhadas com os padrões éticos.
O sistema de tribunais trabalhistas do Reino Unido representa uma consideração financeira significativa para a Binance. As reivindicações de denúncia podem resultar potencialmente em uma indenização ilimitada, fazendo com que essa batalha legal não seja apenas uma questão de reputação profissional, mas também de apostas monetárias substanciais. Somente no caso de demissão sem justa causa, a possível indenização poderia chegar a £115.115.
Seu caso surge em um cenário mais amplo de desafios regulatórios enfrentados pela Binance. Coincidindo com o aumento do escrutínio global, o processo de Srivastava representa outro exame crítico da governança corporativa nas bolsas de criptomoedas.